Chefes de Estado debatem floresta, dinheiro e como fazer uma transição de energia suja para uma economia limpa

  • 07/11/2025
(Foto: Reprodução)
No segundo dia da Cúpula do Clima, em Belém, chefes de Estado debateram floresta, dinheiro e como fazer uma transição de energia suja para uma economia limpa. A Cúpula de Líderes terminou na noite desta sexta-feira (7) na Zona Azul da COP30. O governo divulgou um balanço do que foi discutido por lá nos últimos dois dias e também um apelo por mais esforços contra o aquecimento global. Nesta sexta-feira (7), China e a União Europeia anunciaram um apoio à proposta do Brasil de criar um mercado global de crédito de carbono. Essa proposta prevê incentivos financeiros para que países e empresas poluam menos, emitam menos gases que provocam as mudanças climáticas. Outro tema de destaque nesta sexta-feira (7) foi a transição dos combustíveis fósseis para combustíveis sustentáveis e energias que os ambientalistas chamam de verdes ou limpas, como a energia a eólica e a solar. LEIA TAMBÉM COP30: países anunciam investimentos para fundo de florestas tropicais, maior iniciativa do governo brasileiro COP30 representa reação do mundo que valoriza a ciência Agenda de Ação do Brasil para combater as mudanças climáticas é dividida em 6 eixos; conheça Mudanças climáticas: um dos maiores desafios é de onde vai sair o dinheiro para ajudar a proteger florestas e reduzir a poluição Cúpula de Líderes: 'foto de família' Jornal Nacional/ Reprodução O segundo dia da Cúpula de Líderes começou com o que os diplomatas costumam chamar de “foto de família”. O presidente Lula ficou entre o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o governador do Pará, Helder Barbalho. Diplomatas e negociadores veem a Cúpula dos Líderes como uma espécie de termômetro político: um indicativo de como cada país pretende se posicionar durante as negociações da COP em temas como financiamento, por exemplo. Na COP também se falou muito sobre a necessária transição para longe de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo. Segundo os embaixadores brasileiros, isso abre a possibilidade de se discutir durante a COP, em Belém, a principal causa do aquecimento global: o uso desses combustíveis. O Brasil lançou o compromisso de quadruplicar a produção de combustíveis sustentáveis até 2035, como o etanol. O governo apresentou um estudo que mostra que isso é possível e criaria pelo menos 2 milhões de empregos. Nações como Japão, Itália e Índia já tinham manifestado apoio à iniciativa. Dezenove países assinaram o compromisso. O presidente Lula voltou a dizer que é necessário acabar com a dependência dos combustíveis fósseis e pediu mais recursos para os países em desenvolvimento: “Há espaço para explorar mecanismos inovadores de troca de dívida por financiamento de iniciativas de mitigação climática e transição energética”. Lula na COP30, em Belém Jornal Nacional/ Reprodução Lula também falou sobre a criação de um novo fundo, com recursos da exploração de petróleo, para financiar a transição para energias menos poluentes no país. Mas não mencionou a decisão do governo de autorizar a exploração de petróleo para fins de pesquisa na Bacia da Foz do Amazonas. “Parte dos lucros com exploração de petróleo para transição energética permanece um caminho válido para os países em desenvolvimento. O Brasil estabelecerá um fundo para financiar o enfrentamento da mudança do clima e promover justiça climática”, afirma Lula. O secretário-executivo do Observatório do Clima apontou a contradição do discurso do presidente: “Você não pode propor algo para o mundo, abandonar combustíveis fósseis e ao mesmo tempo retirar mais combustíveis fósseis, produzir mais desses combustíveis. A gente precisa entender que, assim como a Idade da Pedra não acabou por falta de pedra, a era do petróleo não vai acabar na última gota extraída de petróleo. O mundo não aguenta mais isso”, diz Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse ao Jornal Nacional que a criação do fundo ainda está em discussão: “Como o petróleo, pode vir da mineração. Nós vamos discutir as fontes desse fundo, e esse fundo criaria um círculo virtuoso para poder aplicar na transição energética, na mudança da matriz energética brasileira e, consequentemente, dar exemplo para o mundo da transição energética que deve ser mais rápida”. O fundo de financiamento criado pelo Brasil para conservar as florestas tropicais ganhou mais uma promessa de ajuda: a Alemanha anunciou que vai participar. Prometeu uma “quantia considerável”, mas não anunciou quanto. Chefes de Estado debatem floresta, dinheiro e como fazer uma transição de energia suja para uma economia limpa Jornal Nacional/ Reprodução A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse à GloboNews que o fundo já conta com aportes iniciais de cerca de US$ 6 bilhões. A meta é alcançar US$ 25 bilhões em recursos de governos. A ministra afirmou ainda que espera contribuições do Reino Unido e que a China celebrou a iniciativa brasileira. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que o investimento na proteção e recuperação de florestas vem atraindo cada vez mais interesse: “As grandes empresas estão vendo nisso um grande negócio, negócio do futuro. Nós vamos fazer uma barreira verde. O BNDES hoje tem R$ 7 bilhões contratados. São 280 milhões de árvores que nós estamos plantando, e isso tem um impacto fundamental na Floresta Amazônica e em outros biomas que nós estamos restaurando”. O debate que encerrou o dia foi sobre metas para redução da emissão de gases de efeito estufa e de financiamento. A sessão especial, que celebrou os dez anos do Acordo de Paris, começou com um discurso do presidente Lula, que voltou a cobrar a responsabilização de países ricos: “O mundo ainda está distante de atingir o objetivo do Acordo de Paris. O enfrentamento da mudança do clima deve ser visto como um investimento, não como um gasto. As exigências crescentes de adaptação vão requerer esforços ainda maiores de financiamento”.

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/jn-na-cop30/noticia/2025/11/07/chefes-de-estado-debatem-floresta-dinheiro-e-como-fazer-uma-transicao-de-energia-suja-para-uma-economia-limpa.ghtml


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